terça-feira, 1 de novembro de 2016

A CONQUISTA DA FELICIDADE


Tão falada na Filosofia, na Psicologia ou nas religiões, a felicidade tem sido vista como meta humana desde as construções mais complexas do pensamento, passando pela Grécia antiga onde filósofos dedicaram reflexões ao tema. Das fontes profundas do inconsciente, ela surge como o desejo do prazer absoluto, do gozo total, impossível de ser alcançado, gerando um vazio interior que é uma das premissas da Psicanálise.
Contudo, Carl Gustav Jung veio defender que a felicidade não seja a maior meta do ser humano, mas sim de atribuir sentido e significado existencial.
Por ser tão falada e analisada, a felicidade perde-se em conceitos diversos que precisamos clarear em nossas buscas para que saibamos o que desejamos encontrar. O que eu acredito ser a felicidade? É a pergunta que urge responder porque, como diz antigo provérbio chinês, “quem não sabe para onde vai qualquer caminho serve”.
As definições mais comuns de felicidade – e são as que mais abraçamos por conta da pressão da mídia sobre nossas cabeças – são de sensações de prazer, ausência de dor física ou emocional, libertação de problemas, estabilidade financeira, relacionamentos gratificantes, etc. Ou seja, se pensarmos em felicidade dentro desse conceito ela realmente não existe plenamente, quiçá eventualmente.
Mas é sobre esse conceito que o sistema sócio econômico em que vivemos investe, tentando associar a venda da sua produção à satisfação que ela possa proporcionar. Diria que é um sistema altamente danoso, sob este aspecto, já que espera-se uma felicidade, trabalha-se e luta-se por ela, em moldes onde ela jamais será alcançada.
Então me perguntam: “É possível ser feliz?”, e eu afirmo que sim, na medida em que reformulemos este conceito dentro de padrões mais abrangentes.
Primeiro, penso que seja necessário transcender o ponto de vista de nossa observação, alargando nossos horizontes para aquém e além dos limites de nossas existências físicas. Quando nos sentimos espíritos em sucessivas reencarnações – e digo sentimos e não sabemos porque saber não significa sentir-se assim – e atribuímos um sentido evolutivo a este fato, muita coisa muda de aparência.
Gosto muito das teorias da Psicanalista argentina Alicia Fernandez quando sugere que existe um instinto nato de aprender no ser humano, e que, quando não reprimido pelas situações traumáticas da vida, deve trazer prazer e felicidade.
Ora... se o escopo da vida é a evolução – o que nos parece óbvio se analisarmos historicamente a vida através dos tempos – como individualidades em processo de desenvolvimento, estamos aprendendo com as experiências que ela nos propõe, e isso pode ser prazeroso, se sairmos do nosso referencial limitado e nos percebermos na amplitude dessa evolução. Podemos, então, chorar e sentir dor na delimitação de algum acontecimento, mas podemos contextualizar esse acontecimento no transcurso da nossa caminhada, e continuar a nos sentirmos felizes por nos percebermos aprendendo algo nessas situações. Aí voltamos para a afirmação de Jung: quando atribuímos significado às nossas experiências, mesmo as mais dolorosas, podemos ter uma felicidade dimensionada dentro dessa visão.
Aliás, a maioria das pessoas, por força das conceituações materialistas de felicidade, tende a confundi-la com alegria. Contudo, dentro da proposta que apresentamos, você pode estar chorando, triste, mas se sentir feliz por viver toda a grandiosidade dessas aprendizagens.
Eu sei que teoricamente isso pode fazer sentido, mas vivenciar na prática fica mais difícil. Sugiro que alguns aspectos sejam trabalhados para se avançar nessa mudança de percepção da vida.
Ter humildade de reconhecer que a vida é muito maior do que nós, que o sofrimento é inerente ao nível da vida planetária, e que não adianta se revoltar pois a revolta só agrava mais as situações. Aceitar o inevitável e mudar o que seja possível.
Meditar com frequência para aumentar a consciência de si mesmo, compreendendo suas necessidades evolutivas e atribuindo os significados pessoais às dificuldades que surgem para poder aprender com elas. Com isso apaziguar a revolta imatura contra o poder criador da vida, recriando um sentido de unidade com o todo que favoreça uma maior fluidez em seu caminho.
Escolher o que é realmente importante para sua felicidade, já que estamos sujeitos a todo tipo de lixo que o capitalismo insiste em dizer que nos fará felizes.
Estar no presente, viver cada dia na sua plenitude, o que não significa deixar de planejar mas não se inquietar tanto com o andamento dos nossos planejamentos. Voltando à Grécia antiga, Aristóteles escrevendo sobre a Ética, afirma que a felicidade só é possível aos homens virtuosos, sendo que, para ele, diferentemente da cristã, a virtude diz respeito à excelência da ação, ou seja, fazer tudo de mente presente e da melhor forma possível, desde um pequeno cuidado consigo mesmo até as tarefas mais importantes.
Bem... não acho que exista uma receita perfeita de uma felicidade perfeita, mas espero que minhas reflexões possam trazer uma felicidade mais significativa aos meus amigos leitores.

Por João Carvalho Neto


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