Tão
falada na Filosofia, na Psicologia ou nas religiões, a felicidade
tem sido vista como meta humana desde as construções mais complexas
do pensamento, passando pela Grécia antiga onde filósofos dedicaram
reflexões ao tema. Das fontes profundas do inconsciente, ela surge
como o desejo do prazer absoluto, do gozo total, impossível de ser
alcançado, gerando um vazio interior que é uma das premissas da
Psicanálise.
Contudo, Carl Gustav
Jung veio defender que a felicidade não seja a maior meta do ser
humano, mas sim de atribuir sentido e significado existencial.
Por
ser tão falada e analisada, a felicidade perde-se em conceitos
diversos que precisamos clarear em nossas buscas para que saibamos o
que desejamos encontrar. O que eu acredito ser a felicidade? É a
pergunta que urge responder porque, como diz antigo provérbio
chinês, “quem não sabe para onde vai qualquer caminho serve”.
As
definições mais comuns de felicidade – e são as que mais
abraçamos por conta da pressão da mídia sobre nossas cabeças –
são de sensações de prazer, ausência de dor física ou emocional,
libertação de problemas, estabilidade financeira, relacionamentos
gratificantes, etc. Ou seja, se pensarmos em felicidade dentro desse
conceito ela realmente não existe plenamente, quiçá eventualmente.
Mas
é sobre esse conceito que o sistema sócio econômico em que vivemos
investe, tentando associar a venda da sua produção à satisfação
que ela possa proporcionar. Diria que é um sistema altamente danoso,
sob este aspecto, já que espera-se uma felicidade, trabalha-se e
luta-se por ela, em moldes onde ela jamais será alcançada.
Então
me perguntam: “É possível ser feliz?”, e eu afirmo que sim, na
medida em que reformulemos este conceito dentro de padrões mais
abrangentes.
Primeiro,
penso que seja necessário transcender o ponto de vista de nossa
observação, alargando nossos horizontes para aquém e além dos
limites de nossas existências físicas. Quando nos sentimos
espíritos em sucessivas reencarnações – e digo sentimos e não
sabemos porque saber não significa sentir-se assim – e atribuímos
um sentido evolutivo a este fato, muita coisa muda de aparência.
Gosto
muito das teorias da Psicanalista argentina Alicia Fernandez quando
sugere que existe um instinto nato de aprender no ser humano, e que,
quando não reprimido pelas situações traumáticas da vida, deve
trazer prazer e felicidade.
Ora...
se o escopo da vida é a evolução – o que nos parece óbvio se
analisarmos historicamente a vida através dos tempos – como
individualidades em processo de desenvolvimento, estamos aprendendo
com as experiências que ela nos propõe, e isso pode ser prazeroso,
se sairmos do nosso referencial limitado e nos percebermos na
amplitude dessa evolução. Podemos, então, chorar e sentir dor na
delimitação de algum acontecimento, mas podemos contextualizar esse
acontecimento no transcurso da nossa caminhada, e continuar a nos
sentirmos felizes por nos percebermos aprendendo algo nessas
situações. Aí voltamos para a afirmação de Jung: quando
atribuímos significado às nossas experiências, mesmo as mais
dolorosas, podemos ter uma felicidade dimensionada dentro dessa
visão.
Aliás,
a maioria das pessoas, por força das conceituações materialistas
de felicidade, tende a confundi-la com alegria. Contudo, dentro da
proposta que apresentamos, você pode estar chorando, triste, mas se
sentir feliz por viver toda a grandiosidade dessas aprendizagens.
Eu
sei que teoricamente isso pode fazer sentido, mas vivenciar na
prática fica mais difícil. Sugiro que alguns aspectos sejam
trabalhados para se avançar nessa mudança de percepção da vida.
Ter
humildade de reconhecer que a vida é muito maior do que nós, que o
sofrimento é inerente ao nível da vida planetária, e que não
adianta se revoltar pois a revolta só agrava mais as situações.
Aceitar o inevitável e mudar o que seja possível.
Meditar
com frequência para aumentar a consciência de si mesmo,
compreendendo suas necessidades evolutivas e atribuindo os
significados pessoais às dificuldades que surgem para poder aprender
com elas. Com isso apaziguar a revolta imatura contra o poder criador
da vida, recriando um sentido de unidade com o todo que favoreça uma
maior fluidez em seu caminho.
Escolher
o que é realmente importante para sua felicidade, já que estamos
sujeitos a todo tipo de lixo que o capitalismo insiste em dizer que
nos fará felizes.
Estar
no presente, viver cada dia na sua plenitude, o que não significa
deixar de planejar mas não se inquietar tanto com o andamento dos
nossos planejamentos. Voltando à Grécia antiga, Aristóteles
escrevendo sobre a Ética, afirma que a felicidade só é possível
aos homens virtuosos, sendo que, para ele, diferentemente da cristã,
a virtude diz respeito à excelência da ação, ou seja, fazer tudo
de mente presente e da melhor forma possível, desde um pequeno
cuidado consigo mesmo até as tarefas mais importantes.
Bem...
não acho que exista uma receita perfeita de uma felicidade perfeita,
mas espero que minhas reflexões possam trazer uma felicidade mais
significativa aos meus amigos leitores.
Por João
Carvalho Neto
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