quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Sobre a obsessão

Sabedoria Indígena: Um velho índio norte-americano certa vez descreveu seus conflitos internos da seguinte maneira: “Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando.” Quando lhe perguntaram qual cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e respondeu: “Aquele que eu alimento mais frequentemente…”.

A medicina reconhece a obsessão espiritual como possessão por espírito: “O Código Internacional de Doenças (CID) nº 10 (F44.3) já reconhece os estados de transe e possessão por espíritos; do mesmo modo que o Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, da Universidade de Nova York, no capítulo sobre Teorias da Personalidade faz menção ao assunto; e Carl Gustav Jung, em sua primeira obra, analisa o caso de uma médium, uma moça “possuída” por um espírito, no estudo que fez dos fenômenos ocultos. O termo possessão por espíritos é usado pela Associação Americana de Psiquiatria, no DSM 4 – Casos Clínicos”. Entretanto, ainda muitos buscam tratá-la de maneira clássica, ou seja, com psicotrópicos. Não quero dizer que a medicação não seja válida. O paciente, muitas vezes, precisa da medicação para ganhar um “fôlego” e, paralelamente, fazer um tratamento espiritual e emocional que consista no amadurecimento e na compreensão das suas emoções. O cliente deve, obviamente, procurar o tratamento espiritual de acordo com as suas crenças.

A obsessão pode ser classificada de acordo com o seu grau:
Influência espiritual – A influência espiritual necessita de permissão para identificar a vibração dos pensamentos das duas partes. A obsessão é a ação direta e constante que um espírito malévolo exerce sobre a pessoa. Ela atua na simples influência moral, aparentemente silenciosa, e na perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. O espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, diz:

“Que na retaguarda dos desequilíbrios mentais, sejam da ideação ou da afetividade, da atenção e da memória, tanto por trás das enfermidades psíquicas clássicas como, por exemplo, as esquizofrenias e as parafrenias, as oligofrenias, paranoias, psicoses e neuroses que permanecem como perturbações da individualidade, transviadas do caminho que as leis divinas lhe assinalam para evolução moral. Enquanto lhe mantém a internação no instrumento físico transitório, até certo ponto, ela consegue ocultar no esconderijo da carne os resultados das paixões e abusos, extravagâncias e viciações a que se dedica”. (Mecanismos da Mediunidade, cap. XXIV – Obsessão – sub-item: Problemas morais – p. 170 – Ed. FEB – 1997). Caracteriza-se por cobranças, vínculo com faltas cometidas no passado e a fascinação (encantamento); a pessoa se torna incapaz de discernir, constrói em sua mente uma fantasia e vive através dela. Com base na pequena metáfora da ”Sabedoria Indígena”, devemos refletir sobre qual cachorro devemos alimentar e que tipo de alimentação oferecemos a ele.


O que comem os cachorros:

O cachorro bom tem o nome de luz e está ligado aos nossos desejos e aspirações, a nossa herança genética e energética (vivências passadas) e ao plano astral superior. Ele se alimenta de maneira balanceada – DHARMA –, que é a nutrição da consciência.
Partindo do princípio de que a mente gera pensamentos que geram sentimentos e emoções que, por sua vez, criam um fluxo de energia – saúde/doença (estado de consciência), percebemos que é muito importante olhar para nós e assumir nossos pensamentos e sentimentos para, conscientemente, modificá-los. Negar isso é como esconder o lixo debaixo do tapete: não vemos o lixo, mas ele está lá, cheio de bactérias, ácaros e fungos (parasitas energéticos), vibrando incessantemente.

O cachorro cruel tem o nome de sombra e está ligado ao que trouxemos de outras experiências (vivências passadas), à energia ancestral e espiritual, ao plano astral inferior, às nossas dificuldades e ao nosso maior aprendizado de libertação. Ele se alimenta de vitimização (mágoas, ressentimentos, submissão, inflexibilidade, ilusão, negação, culpa e tantos outros). O cachorro corre atrás do próprio rabo e não sai do lugar, criando energias viciosas, contaminadas, ensimesmadas. Nossa ignorância, ou melhor, aquilo que conscientemente desconhecemos em nós, assume o poder para que aconteça a mudança. Sendo assim, não somos vítimas do acaso.
Sabemos da existência dos chacras superiores (cardíaco, laríngeo, frontal e coronário), dos inferiores (umbilical e básico) e do intermediário (ponte – plexo solar).
No plexo solar encontram-se nossos desejos e aspirações. Ele é um intermediário entre os planos superior e inferior em nós. A maneira com a qual nos relacionamos com o mundo faz despertar um plano ou o outro, nosso cachorro bom ou nosso cachorro cruel.

Enquanto nos eximirmos da responsabilidade, estaremos alimentando nosso cachorro cruel que judia de nós e nos causa alienação, cegueira da alma e abre brechas para outras consciências se alimentarem dessas energias que produzimos.
Entretanto, se nos olharmos, nos reconhecermos como seres em evolução e com a oportunidade de refazer adequadamente o que ficou pendente, daremos um salto quântico,  domesticando e amando o nosso cachorro cruel. Estaremos libertos!
Toda obsessão tem início em nós mesmos, na nossa inflexibilidade. Escolha ser feliz agora.
Texto revisado por Juliana Alexandrino

Martha Mendes

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