Sabedoria Indígena: Um velho índio norte-americano certa vez descreveu seus conflitos internos da seguinte maneira: “Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando.” Quando lhe perguntaram qual cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e respondeu: “Aquele que eu alimento mais frequentemente…”.
A medicina reconhece a obsessão espiritual como possessão por
espírito: “O Código Internacional de Doenças (CID) nº 10 (F44.3) já
reconhece os estados de transe e possessão por espíritos; do mesmo modo
que o Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, da Universidade de Nova
York, no capítulo sobre Teorias da Personalidade faz menção ao assunto;
e Carl Gustav Jung, em sua primeira obra, analisa o caso de uma médium,
uma moça “possuída” por um espírito, no estudo que fez dos fenômenos
ocultos. O termo possessão por espíritos é usado pela Associação
Americana de Psiquiatria, no DSM 4 – Casos Clínicos”. Entretanto, ainda
muitos buscam tratá-la de maneira clássica, ou seja, com psicotrópicos.
Não quero dizer que a medicação não seja válida. O paciente, muitas
vezes, precisa da medicação para ganhar um “fôlego” e, paralelamente,
fazer um tratamento espiritual e emocional que consista no
amadurecimento e na compreensão das suas emoções. O cliente deve,
obviamente, procurar o tratamento espiritual de acordo com as suas
crenças.
A obsessão pode ser classificada de acordo com o seu grau:
Influência espiritual – A influência espiritual necessita de
permissão para identificar a vibração dos pensamentos das duas partes. A
obsessão é a ação direta e constante que um espírito malévolo exerce
sobre a pessoa. Ela atua na simples influência moral, aparentemente
silenciosa, e na perturbação completa do organismo e das faculdades
mentais. O espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier e Waldo
Vieira, diz:
“Que na retaguarda dos desequilíbrios mentais, sejam da ideação ou da
afetividade, da atenção e da memória, tanto por trás das enfermidades
psíquicas clássicas como, por exemplo, as esquizofrenias e as
parafrenias, as oligofrenias, paranoias, psicoses e neuroses que
permanecem como perturbações da individualidade, transviadas do caminho
que as leis divinas lhe assinalam para evolução moral. Enquanto lhe
mantém a internação no instrumento físico transitório, até certo ponto,
ela consegue ocultar no esconderijo da carne os resultados das paixões e
abusos, extravagâncias e viciações a que se dedica”. (Mecanismos da Mediunidade,
cap. XXIV – Obsessão – sub-item: Problemas morais – p. 170 – Ed. FEB –
1997). Caracteriza-se por cobranças, vínculo com faltas cometidas no
passado e a fascinação (encantamento); a pessoa se torna incapaz de
discernir, constrói em sua mente uma fantasia e vive através dela. Com
base na pequena metáfora da ”Sabedoria Indígena”, devemos refletir sobre
qual cachorro devemos alimentar e que tipo de alimentação oferecemos a
ele.
O que comem os cachorros:
O cachorro bom tem o nome de luz e está ligado aos nossos desejos e aspirações,
a nossa herança genética e energética (vivências passadas) e ao plano
astral superior. Ele se alimenta de maneira balanceada – DHARMA –, que é
a nutrição da consciência.
Partindo do princípio de que a mente gera pensamentos que geram
sentimentos e emoções que, por sua vez, criam um fluxo de energia –
saúde/doença (estado de consciência), percebemos que é muito importante
olhar para nós e assumir nossos pensamentos e sentimentos para, conscientemente, modificá-los.
Negar isso é como esconder o lixo debaixo do tapete: não vemos o lixo,
mas ele está lá, cheio de bactérias, ácaros e fungos (parasitas
energéticos), vibrando incessantemente.
O cachorro cruel tem o nome de sombra e está ligado ao que trouxemos
de outras experiências (vivências passadas), à energia ancestral e
espiritual, ao plano astral inferior, às nossas dificuldades e ao nosso
maior aprendizado de libertação. Ele se alimenta de vitimização (mágoas,
ressentimentos, submissão, inflexibilidade, ilusão, negação, culpa e
tantos outros). O cachorro corre atrás do próprio rabo e não sai do
lugar, criando energias viciosas, contaminadas, ensimesmadas. Nossa
ignorância, ou melhor, aquilo que conscientemente desconhecemos em nós,
assume o poder para que aconteça a mudança. Sendo assim, não somos
vítimas do acaso.
Sabemos da existência dos chacras superiores (cardíaco, laríngeo,
frontal e coronário), dos inferiores (umbilical e básico) e do
intermediário (ponte – plexo solar).
No plexo solar encontram-se nossos desejos e aspirações. Ele é um intermediário entre os planos superior e inferior em nós. A maneira com a qual nos relacionamos com o mundo faz despertar um plano ou o outro, nosso cachorro bom ou nosso cachorro cruel.
No plexo solar encontram-se nossos desejos e aspirações. Ele é um intermediário entre os planos superior e inferior em nós. A maneira com a qual nos relacionamos com o mundo faz despertar um plano ou o outro, nosso cachorro bom ou nosso cachorro cruel.
Enquanto nos eximirmos da responsabilidade, estaremos alimentando
nosso cachorro cruel que judia de nós e nos causa alienação, cegueira da
alma e abre brechas para outras consciências se alimentarem dessas
energias que produzimos.
Entretanto, se nos olharmos, nos reconhecermos como seres em evolução
e com a oportunidade de refazer adequadamente o que ficou pendente,
daremos um salto quântico, domesticando e amando o nosso cachorro
cruel. Estaremos libertos!
Toda obsessão tem início em nós mesmos, na nossa inflexibilidade. Escolha ser feliz agora.
Texto revisado por Juliana Alexandrino
Martha Mendes
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